Como preparar o lanche da escola de maneira saudável?

A medida preventiva da obesidade infantil é sempre a participação ativa dos pais em relação à alimentação dos filhos tanto no ambiente familiar quanto no ambiente escolar. Os pais devem preferencialmente optar por fornecer às crianças lanches saudáveis preparados nas suas casas ao invés de fornecê-las dinheiro para que as mesmas comprem suas refeições nas cantinas escolares. Neste caso a composição ideal é:

• 1 opção de carboidrato (sanduíche natural, pão de queijo, biscoitos sortidos sem recheio, biscoitos salgados, bolos simples, cereais, pães com patês, com frios, com requeijão, etc.);
• 1 opção de fruta (o importante é variar, pois quanto mais diversificada for a oferta de frutas, mais acesso a diferentes vitaminas e minerais a criança vai ter);
• 1 opção líquida (sucos de frutas naturais, sucos de polpa ou sucos concentrados, iogurte, leite com achocolatado, chás variados).

Nos casos em que as refeições são fornecidas pela própria escola é importante que os pais certifiquem da qualidade da merenda escolar e conheçam os recursos humanos disponíveis nas escolas para a alimentação das crianças.

Como tornar a alimentação saudável atraente para a criança?

Devemos tornar a alimentação saudável atraente para as crianças.
O momento da refeição deve ser de alegria e não de tortura. Uma dica muito interessante que ajuda a criança aderir a uma alimentação saudável é oferecer um contato direto com os alimentos. Levá-las nas compras dos legumes e verduras, explicando os nomes destes alimentos. Plantar umas sementinhas de salsinha no patamar da janela, para quem não tem jardim, já é um começo. Pedir ajuda da criança na hora de fazer o jantar também é uma idéia bem bacana, que acabará sendo uma hora de bastante diversão para mamãe/criança.

Além disto, podemos tornar o momento da refeição muito divertido. Decorar um prato de saladas o torna muito interessante para a criança, por exemplo, como se o alface fosse cabelo, olhos de tomate etc. Faça pratos coloridos, com desenhos ou formas diferentes. Às vezes um simples detalhe, como uma fatia de limão enfeitando o copo de suco ou da salada de frutas já faz a criança despertar o interesse pela comida.

Outra maneira de oferecer algum legume que a criança não gosta é fazê-la lembrar de algum episódio dos desenhos que ela assiste. Por exemplo: a Pepa Pig quando visita a coelhinha ela come cenoura, lembra? e mais, até o irmãozinho da Pepa Pig comeu… Ou lembrá-la do espinafre que o Popeye comeu e ficou forte…
Também aproveite o arroz para enriquecer a dieta do seu filho. Coloque cebola ou alho picadinho no arroz. As crianças nem vão notar! Corte cenouras em cubinho e coloque no arroz. Fica super atraente!!! Se você cozinhou verduras, não jogue a água fora. Use-a para cozinhar o arroz. Assim os nutrientes que saíram das verduras cozidas vão para o arroz.

Outra opção que facilita a aceitação da criança é cozinhar o espinafre junto com o feijão. Fica uma delícia…

Quais os erros alimentares que conduzem as crianças ao excesso de peso?

• Falta de rotina alimentar – É necessário estipular horários e se alimentar de forma fracionada ao longo do dia.
• Não realizar o desjejum.
• “Beliscar” entre as refeições.
• Pobre consumo de fibras na dieta. – As fibras proporcionam maior sensação de saciedade e retardam o esvaziamento gástrico.
• Alto consumo de alimentos e preparações hipercalóricas.
• Envolvimento da criança com outras atividades como assistir televisão ou ouvir música durante as refeições. – Isto propicia o consumo rápido e excessivo de alimentos.
• Consumo de líquidos às refeições.
• Substituição de refeições por lanches.

Crianças gordinhas correm mais risco de se tornarem obesas na idade adulta?

Cerca de 80% das crianças obesas serão adultos obesos e estudos já demonstram que 30% dos adultos obesos foram crianças obesas.
As épocas críticas em que ocorrem um aumento do número de células adiposas (CÉLULAS DE GORDURA) são:

1. Do sexto ao nono mês de vida intrauterina.
2. No primeiro ano de vida.
3. Na Puberdade.

Uma vez estabelecido o número de células de gorduras, as perdas de peso só se fazem às custas de perda do conteúdo de gordura por célula, mas não pela diminuição do número de células.

Portanto estar acima do peso nestas épocas da vida aumentam muito a chance da criança em se tornar um adulto obeso!!!

Além da alimentação saudável, é importante que a criança pratique exercícios físicos? A partir de que idade?

Para todas as crianças, obesas ou não, a prática de atividade física deve ser encorajada em todas as faixas etárias. A família deve incluir na prática diária das crianças movimentos espontâneos como brincar, correr, saltar, ir andando para a escola, etc. Pensar em exercício físico para as crianças e adolescentes é pensar em criatividade. É saber conduzir e estimular a criança para fazer exercícios através de movimentos lúdicos, tais como: andar, correr, dançar, pular, subir, descer, nadar etc… É necessário que se tenha em mente que o princípio fundamental para a prática de exercício físico na criança está diretamente relacionado ao prazer e ao bem-estar. Em especial, nos casos de uma criança com sobrepeso ou obesidade, ela deve realizar o teste ergométrico antes de integrar a um programa específico e regular de exercícios para a perda de peso, pois é a partir destes dados que a prescrição passa a ter uma maior segurança. Este programa de exercícios deve ser realizado três dias por semana, utilizando um período mínimo de uma hora por dia de treino, dividida da seguinte forma: trinta minutos de parte específica aeróbica, com exercícios tais como andar, correr, nadar, praticar esportes (por exemplo futebol, basquete, vôlei, etc…), e os últimos trinta minutos dedicados a brincadeiras e pequenos jogos lúdicos.

Em que consiste o tratamento para a obesidade infantil?

Uma vez que a obesidade infantil está associada a conseqüências negativas para a saúde incluindo dislipidemias, inflamações crônicas, aumento a tendência a coagulação sanguínea, disfunção endotelial, resistência a insulina, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão, complicações ortopédicas, apnéia do sono, estetohepatite não alcoólica, faz-se necessário a realização de exames laboratoriais para a detecção destas alterações.A reeducação alimentar deve ser o enfoque da orientação nutricional na criança obesa. Não se fala em dieta ou regime e sim em um programa controlado de perda de peso em que se visa à reformulação permanente do hábito alimentar, com foco no equilíbrio dos diferentes grupos de alimentos. A restrição alimentar de forma radical nunca é aconselhável. O que se orienta é que o consumo de gorduras e doces não seja uma rotina e, no caso das crianças que os pais reduzam a compra de alimentos e preparações hipercalóricas. A prática de exercícios físicos deve ser incentivada, pois está diretamente relacionado com o controle alimentar durante o tratamento da obesidade, além de propiciar a melhora da alto-estima. A abordagem do tratamento de obesidade infantil deve ser lúdica. Sempre atento ao lado emocional da criança.

Devemos lembrar que o desafio atual é ensinar a criança a se nutrir e não apenas a comer.