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segunda-feira, agosto 28, 2017 pmmdev Blog No comments
1. A qualidade da alimentação de uma criança até os seis anos é definitiva para a saúde futura dela? Por quê? Sim, pois é neste período que se estrutura o paladar e o gosto. A qualidade da alimentação da criança está totalmente relacionada com a sua saúde. A criança utiliza todas as vitaminas, proteínas e energia dos alimentos para crescer e se desenvolver, além de fortalecer a defesa do seu corpo. Devemos lembrar que a criança sofre influência do meio em que está inserida geralmente, o ambiente familiar. Suas atitudes, frequentemente, são reflexos do ambiente. A ingestão diária pela família de alimentos considerados não saudáveis, portanto, pode criar um ambiente desfavorável à alimentação, levando ao desenvolvimento de maus hábitos. Para uma criança optar por se alimentar de comidas saudáveis á necessário à mesma que lhe seja ensinado os conceitos básicos de uma alimentação adequada. O envolvimento dos pais é absolutamente imprescindível neste ensinamento através do exemplo da boa alimentação e do adequado estilo de vida. Gostar ou não de frutas, legumes ou verduras é um fator desencadeante da presença ou ausência de estímulos nos primeiros anos de vida. Comer ou não determinado alimento pode estar relacionado a alguma experiência negativa na infância. Assim, fica claro que é preciso que a família promova comportamentos alimentares saudáveis desde cedo. Proporcionar o acesso ao alimento saudável em casa, melhorar as práticas alimentares de toda a família e adequar o preparo dos alimentos irão influenciar no consumo alimentar da criança e nas suas futuras escolhas. 2. Além dos problemas de saúde, crianças com uma alimentação mal conduzida podem apresentar prejuízos no rendimento escolar, falta de disposição para atividades físicas ou qualquer outro tipo de prejuízo observado no dia a dia? Quais são os mais comuns? O quão frequente eles são? A alimentação bem equilibrada e a base para um desenvolvimento físico e psíquico adequado. Os alimentos ricos em gorduras e açúcares são muito calóricos e propiciam ao desenvolvimento de sobrepeso e obesidade. Nestes casos, além dos problemas de saúde, o maior prejuízo observado no dia a dia é o problema psicossocial. Pessoas obesas são alvos de preconceito e discriminação importantes em países industrializados.  Isto pode ser observado nas mais variadas e corriqueiras situações, como programas de televisão, revistas e piadas. Além ou por causa disso, são pessoas que cursam um menor número de anos na escola, que têm menor chance de ser aceitas em escolas e, posteriormente, em empregos mais concorridos, que têm salários mais baixos, que têm menor chance de estar envolvidas num relacionamento afetivo estável, conforme demonstrado em diversos estudos. Este preconceito pode ser observado já na infância. Por estar acima do peso, a criança, durante as atividades físicas, perde fôlego rapidamente, sua muito.  lsto leva as outras crianças a optarem por brincar com as outras sem sobrepeso ou obesidade, o que contribui em muito para reforçar a baixa autoestima e favorecer o isolamento social. 3. A recusa constante por comer legumes e verduras pode trazer que tipos de prejuízos para as crianças? Nem todas aceitam bem “os verdes” e nossas leitoras perguntam se não comê-los traz consequências serias (ou irreversíveis) para seus filhos. As frutas, os vegetais e os cereais são alimentos ricos em fibras e vitaminas. O consumo de fibras e essencial para um bom funcionamento intestinal. Além de auxiliar na prevenção e tratamento da obesidade, colaborar no controle dos níveis de colesterol sanguíneo e auxiliar na prevenção de doenças crônicas na vida adulta, como alguns tipos de doenças intestinais, diabetes e doenças cardiovasculares. As fibras passam pelo trato digestivo absorvendo água e tomando as fezes mais amolecidas e mais volumosas, acelerando o transito intestinal e evitando a prisão de ventre, um problema bastante comum na infância. 4. Sabemos que hoje a desnutrição é menos comum do que a obesidade entre as crianças. Diante desse quadro, quais são os principais desafios dos pais com relação à alimentação de seus filhos? O desafio atual é ensinar a criança a se nutrir e não apenas a comer. Devemos ter em mente que existem muitas crianças obesas que também estão desnutridas e com anemia. Outro importante desafio dos pais que vejo, é vencer a mídia. As propagandas incentivam o consumo de alimentos prejudiciais à saúde, assim como os brindes vindos neles. Na escola é pouco orientado, devendo ser introduzindo mais palestras e trabalhos, para a criança saber escolher a salada de fruta e não o brigadeiro da cantina. A educação nutricional deveria ser parte obrigatória do currículo escolar desde o ensino básico, de maneira que ocorresse, desde cedo, uma mudança significativa de o hábito alimentar e do estilo de vida da criança. Afinal a prevenção da obesidade e fundamental. 5. O que os pais podem fazer para tornar a alimentação saudável tão atraente quanto os fast-foods que os pequenos tanto adoram? Há dicas que os pais podem adotar em casa? O momento da refeição deve ser de alegria e não de tortura. É possível tornar a alimentação saudável atraente para as crianças. Uma dica muito interessante que ajuda a criança aderir a uma alimentação saudável e oferecer um contato direto com os alimentos. Levá-las nas compras dos legumes e verduras, explicando os nomes destes alimentos. Plantar umas sementinhas de salsinha no patamar da janela, para quem não tem jardim, ia é um começo. Pedir ajuda da criança na hora de fazer o jantar também é uma ideia bem bacana, que acabará sendo uma hora de bastante diversão para mamãe/criança. Além disto, podemos tornar o momento da refeição muito divertido. Decorar um prato de saladas o toma muito interessante para a criança, por exemplo, como se o alface fosse cabelo, olhos de tomate etc. Faça pratos coloridos, com desenhos ou formas diferentes. Às vezes um simples detalhe, como uma fatia de limão enfeitando o copo de suco ou da salada de frutas já faz a criança despertar o interesse pela comida. Outra maneira de oferecer algum legume que a criança não gosta é fazê-la lembrar de algum episódio dos desenhos que ela assiste. Por exemplo: a Pepa Pig quando visita a coelhinha ela come cenoura, lembra? E mais, até o irmãozinho da Pepa Pig comeu… Ou lembrá-la do espinafre que o Popeye comeu e ficou forte… Também aproveite o arroz para enriquecer a dieta do seu filho. Coloque cebola ou alho picadinho no arroz. As crianças nem vão notar! Corte cenouras em cubinho e coloque no arroz. Fica super atraente!!! Se você cozinhou verduras, não jogue a água fora. Use-a para cozinhar o arroz. Assim os nutrientes que saíram das verduras cozidas vão para o arroz. Outra opção que facilita a aceitação da criança é cozinhar o espinafre juto com o feijão. Fica uma delícia… 6. Por favor, comente sobre as consequências que uma alimentação rica em gordura e açúcar  podem trazer para a vida atual e futura das crianças. O consumo exagerado de alimentos ricos em gordura e açúcares propicia o surgimento da sindrome pluri-metabólica: obesidade, hipertensão arterial e diabetes. Nos últimos 10 anos, a obesidade infantil dobrou entre crianças de 6-11 anos e triplicou entre as idades de 12-17anos. Os principais motivos que levaram ao aumento do número de casos foram: as modificações dos hábitos e estilos de vida, tais como ingerir fast-food, modificações da composição dos alimentos com ingestão de alimentos ricos em gordura, refrigerantes, porções de alimentos ricos em açúcares. A história natural da obesidade tem demonstrado que 80% das crianças obesas serão adultos obesos e estudos demonstram que 30% dos adultos obesos foram crianças obesas. A medida preventiva da obesidade infantil é sempre a participação ativa dos pais em relação à alimentação dos filhos tanto no ambiente familiar quanto no ambiente escolar. Os pais devem preferencialmente optar por fornecer as crianças lanches saudáveis preparados nas suas casas ao invés de fornecê-las dinheiro para que as mesmas comprem suas refeições nas cantinas escolares. Nos casos em que as refeições são fornecidas pela própria escola é importante que os pais certifiquem da qualidade da merenda escolar e conheçam os recursos humanos disponíveis nas escolas para a alimentação das crianças. 7. É consenso que a educação alimentar é fundamental para adquirir uma dieta equilibrada. Porém, a partir de quantos anos uma criança já tem capacidade para absorver esses ensinamentos? A senhora gostaria de dar alguma dica sobre esse assunto. Faz parte do instinto humano, absorver ensinamentos. Desde os primeiros meses de vida, durante a amamentação, a criança começa a desenvolver uma “memória” dietética e metabólica. A educação alimentar pode e deve ser instituído o mais precocemente possível, conforme se processa o desenvolvimento da criança. Os hábitos alimentares, adequados ou não são formados até os 2 anos de idade e serão os mesmos por toda a vida do indivíduo, se não houver preocupação em muda-los. É imprescindível aos pais darem o exemplo de uma boa alimentação para a criança, principalmente dentro de casa. Apenas orientar, porém não aderir ao que se tenta ensinar, não irá convencer. A estipulação de uma rotina alimentar para toda a família, definindo horários e propiciando a alimentação deforma fracionada ao longo do dia é a principal dica para se evitara obesidade. Vale dizer que não realizar o desjejum, “beliscar” entre as refeições e consumir poucas fibras (verduras) na dieta são fatores que contribuem, atualmente, para explicar o aumento do número de casos de crianças obesas no Brasil. É fundamental que os pais reduzam a compra rotineira de alimentos e preparações hipercalóricas e incluam na prática diária das crianças movimentos espontâneos como brincar, correr, saltar, ir andando para a escola, etc. 8. A cirurgia de redução de estômago é recomendada para adolescentes? A indicação da cirurgia de obesidade, também chamada cirurgia bariátrica, para adolescentes é controversa. Alguns cirurgiões dizem que o procedimento deve ser realizado apenas na idade adulta, mesmo que a progressão e o curso debilitante da obesidade estejam crescendo cada vez mais (2). Outros afirmam que a própria obesidade pode ser fator dificultador dos estudos, na medida em que diminui os anos escolares (provavelmente por decorrência da discriminação social). Segundo a sociedade brasileira de cirurgia bariátrica; Abaixo de 16 anos: não há estudos suficientes que corroborem esta indicação, com exceção aos casos de Prader-Wille ou outras síndromes genéticas similares, onde devem ser operador com o consentimento da família disposta ao acompanhamento de longo prazo do paciente. Por outro lado,  não há dados seguros também que contra indiquem os procedimentos ou comprovem haver prejuízos aos pacientes submetidos a cirurgias da obesidade nesta faixa etária. Recomendação: avaliação de riscos pelo cirurgião e respectiva equipe multidisciplinar, registro e documentação detalhada, aprovação expressa dos pais ou responsáveis. Segundo o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos: A cirurgia bariátrica é indicada para adolescentes entre 12 e 18 anos (4). Sugere-se que a intervenção cirúrgica precoce seja indicada para que os adolescentes apresentem menos problemas futuros de descriminação, psicológicos, comportamentais, inserção social e saúde. É importante ressaltar que a maioria dos adolescentes obesos mantém a obesidade na vida adulta, por isso a intervenção cirúrgica nessa população tem aumentado e vem sendo apoiada (5). Para adolescentes, a indicação cirúrgica é similar a de adultos, abrangendo os seguintes critérios: Falha maior que seis meses nas tentativas disponíveis para controle de peso, determinadas com a assistência de seus médicos; Maturidade psicológica atingida ou próxima de ser atingida; Obesidade grave (IMC > 40 Kg/m²) com comorbidades graves relacionadas à obesidade ou IMC > 50 Kg/m² com comorbidades menos graves Demonstrar compromisso à compreensão das avaliações médicas e psicológicas antes e após o procedimento cirúrgico; além de capacidade de decisão. Ser capaz de evitar gravidez por pelo menos um ano após a cirurgia. Ser capaz de aderir ao tratamento nutricional pós-cirúrgico. Consentir autorização ao procedimento cirúrgico; Ter apoio e envolvimento familiar.
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A vitamina D ou “vitamina do Sol” é atualmente considerada um hormônio com inúmeros papéis: metabolismo do cálcio e saúde óssea síntese de antibióticos naturais. controle da pressão arterial papel na proteção de alguns tipos de câncer. menor risco de determinadas doenças auto-imunes. menor risco de depressão. 1. Atualmente, é recomendado que bebês e crianças tomem sol para ativar a vitamina D? O horário para que a ativação de fato ocorra é o mesmo recomendado por dermatologistas (até às 10 horas e depois das 16)? Pelo que sei, não, é justamente nos horários de pico que o sol faz esse papel. Como fazer, então? Atualmente é recomendado que bebês e crianças tomem sol para ativar a vitamina D. Em relação à duração da exposição ao sol a sociedade brasileira de pediatria -SBP -preconiza 30 minutos de exposição solar semanal (ou 6 a 8 minutos por dia, três vezes por semana) para lactentes apenas com fraldas, no primeiro ano de vida, ou de 2 horas semanais (17 minutos por dia) em lactentes com vestimentas (apenas face e mãos expostas), sem chapéu. Com respeito ao horário de exposição ao sol, cabe salientar que, antes das 10 e após as 15 horas, o ângulo de incidência é mais oblíquo, semelhante ao que ocorre no inverno, e, por isso, pouca vitamina D3 é sintetizada pela pele. Por outro lado, a exposição ao sol no período das 10 às 15 horas pode ser associada ao aumento no risco de câncer de pele. Portanto a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que a criança seja exposta ao sol antes das 10 e após as 15 horas e seja realizado a suplementação de vitamina D. 2. Não tomar sol  diariamente, mas tomar a vitamina D em gotas até os dois anos de idade, resolve a questão? Ou as gotas devem ser encaradas como uma suplementação? Atualmente é recomendado que bebês e crianças tomem sol para ativar a vitamina D e que crianças até 2 anos recebam também a suplementação da vitamina D concomitante. A SBP recomenda a suplementação profilática de 400 UI/dia a partir da primeira semana de vida até os 12 meses, e de 600 UI/dia dos 12 aos 24 meses, inclusive para as crianças em aleitamento materno exclusivo, independentemente da região do país. Sobre os adolescentes ainda a SBP não se posicionou a respeito de suplementação profilática pois no Brasil temos poucos estudos, há apenas um em São Paulo, é preciso  mais embasamento. Nos EUA já preconizam o suplemento medicamentoso para o adolescente. Quanto aos “grupos de risco” ( afrodescendentes  pela  dificuldade maior de penetração dos raios UVA, devido à melanina, obesos pois parte da vitamina D fica retida na gordura, pessoas com lúpus e problemas de pele em geral, que exigem uma fotoproteção mais rigorosa, os pacientes que têm problemas renais e hepáticos, pois a ativação da vitamina ocorre no fígado e nos rins. há a necessidade de avaliar a concentração sérica de vitamina D em exame laboratorial. 3. Como podemos explicar ao leitor leigo a ação do sol na pele para provocar a ativação da vitamina D no organismo? A exposição ao sol é a principal forma de obter a vitamina D. O processo funciona assim: os raios ultravioleta penetram na pele e atingem as moléculas produzidas pelo colesterol, gerando uma substância que se transforma em vitamina D após ser processada pelo fígado e pelos rins. E a suplementação? A suplementação em crianças maiores e adultos só é indicada para aqueles que querem evitar ou não conseguem se expor ao sol, não gostam dos alimentos listados acima ou tomam medicamentos que interferem no efeito da vitamina D, caso dos anticoagulantes. 4. Para ativar a vitamina D, só funciona tomar sol se consumirmos alguns alimentos, como bacalhau, peixe e ovos? Ou seja, o sol “ativa” a vitamina D que ingerimos? A exposição ao sol supre cerca de 80% da necessidade diária de Vitamina D. Já os alimentos conseguem fornecer até 20% das necessidades diárias de vitamina D, e as principais fontes são os peixes de água fria, como atum, salmão, truta e sardinha, os vegetais verde-escuros, caso do brócolis, da couve, do espinafre e da escarola, a gema de ovo e o leite integral ou enriquecido com vitamina D. A recomendação atual para a ingestão diária de vitamina D é de 200 IU ou 5μg (adultos) Alimentos que contém vitamina D Óleo de fígado de bacalhau 1360 IU 34μg cada colher de sopa (13.6g) Arenque cru 1640 IU 41μg cada 100g Cavala crua 360 IU 9μg cada 100g Ovo 20IU 0.5μg cada unidade (50g) Leite fortificado 40 IU 1μg cada 100ml Suco de laranja fortificado 40 IU 1μg cada 100ml Cereais matinais prontos 40-140 IU 1-3.5μg cada 100g